sexta-feira, 19 de março de 2010

Como ser pseudo-cult-intelectual em 35 linhas

Bonjour le jour! Meu hoje poderia ter sido filmado e lançado como um grande intertexto misturando Amélie Poulain, Corra Lola Corra, Dogville, 5 centímetros por segundo (animação japa), Tempos Modernos e Naked (Mike Leigh) com cores Almodóvar.
Depois de acordar, ler Foucalt e refletir sobre a inexistência da verdade (enquanto tomava capuccino na rede em tie-dye da varanda), segui para os jornais. As usual, me irritei ao ver as palavras do mago (sic) Paulo Coelho. Tão óbvio. Ensaio minha cara blasé lendo O Manual do Guerreiro da Luz.
Fui até a Oi Futuro, exposição do Eduardo Kac. Ele faz biotopos, lagoglifos e artes transgênicas – gênio! O primeiro andar é super conceitual, o foco é a escrita coelhográfica. Imagens sobrepostas e um vídeo em looping eterno (ainda na coelhografia). Nos outros pisos acima, obras brilhantes que captam o âmago da subjetividade de Kac, e a intenção é bem clara.
Teatro. Ensaiamos todas as cenas e estamos afinados. Mês que vem O Beijo no Asfalto entra em cartaz. Tem gente que lembra que é a peça em que a Carla Perez fez a Selminha. Mas eu lembro que a Cristiane Torloni (que está em cartaz com A Loba de Ray-Ban) fez este papel incrivelmente crível na adaptação cinematográfica feita pelo Bruno Barreto (diretor de O que é Isso, Companheiro?). Saindo do teatro dei de cara com a Fernanda Montenegro (Claro que eu não verbalizei o que gritava dentro de mim (eu te amo! EU TE AMO! EU - TE - A- MO!!!). Sorri e disse, "Oi, Fernanda. Adoro seu trabalho!" E fui para casa escutando Virginie Ledoyen.
Depois de ler uma matéria da Bravo! (sobre a peça Roda Viva do Chico. Ah..., o Chico!), enviei um email para meu namorado, com uma foto nossa na frente do por do sol na Quai Voltaire (paralela ao Musée du Louvre). "We'll always have Paris". Pensei em postar online uns trechos do Casamento entre Céu e o Inferno (do William Blake) com o quadro O Grito (de Edvar Munch), mas me irritei com os twees e scraps que li por aí. Uma gente pseudo-cult-intelectual (que eu não aguento!), postando Milan Kundera, Orwell, exibindo conhecimento, forçando a barra... Fui assisitr Waking Life (que arrasa na fotografia e direção de arte).

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